Eixo, Axioma, Vértice, Vórtice, Espiral


Gravações da visita a Brasília para o Festival Fora do Eixo incluindo: triturador de notas, escolinha ao lado do lixão da estrutural, templos vazios, prédios públicos quase vazios, ruas desertas, gente de rua cantando e delirando, barulhos de aparelhos, montagem de exposição, piano proibido em centro cultural com teclas pixadas, oficinas de ópera, festanças, bicicleta, museu maçônico, estádio de futebol,  cachoeira, botecos... 


Sociofonia#11

}Trans tornos:
Bandeiras de Xiita {Coração Partido}
O que atravessa o centro rotátil do meio urbano fazendo cruzarem elementos fora do eixo em campos gravitacionais que não os seus usualmente. 

Buscamos entender como ocorrem as sociedades de diversos modos de escuta, as cumplicidades de certos modos de vida que acarretam nos campos (a)composicionais dos "estilos musicais" por exemplo. Como as diferentes pessoas escutam e o que elas escutam? 

Quais as finalidades dadas ao sonoro e ao musical na vida social metropolitana? Que aparelhos de rádio podemos reutilizar do lixo para tocar? Quem precisa ser ouvido e quem não quer ser ouvido?
{

]Objetivos: 
•Uma instalação sonora composta com todo o material recolhido durante o processo...
•Um mapa da cidade sonora...Três oficinas abrangendo o processo de captura, edição e difusão sonora...
•Uma série de jornadas sonoras gravadas em formato mp3 realizadas a partir destas oficinas, cartografadas no mapa para que pessoas possam fazer tais travessias pelo espaço urbano aumentado...
•Um libreto-mapa para rotas sonoras no walkmen digital 
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)Processo: 
Caminhadas gravando sons, recolhendo lixo, indo encontrar amigos que moram longe (se der já pedir pras pessoas que estiverem no festival que queiram fazer um som ou mostrar uma ilha de silêncio, seria ótimo conhecermos amigos dos amigos)

Criar uma maquete sonora da cidade audível durante todo o processo com caixas de som velhas sobre mapas alterados. Ouvir as pessoas na casa de residência, compor um disco com quem quiser. Cantar, por favor, cantemos. Criar rotas na maquete para atravessamento da cidade.

Fazer uma cartografia na cidade com uma primeira trajetória poética. Ouvir as pessoas na rua, no ministério da cultura, nos diferentes templos, nas festas. Um libreto-mapa para rotas sonoras no walkmen digital...Espécie de filme-cego ou ensaio sobre a surdez...
(



Da Ópera à Próera:



Como a transmutação desenrolada do tom ao espectro através do processo dodecântico dos empilhamentos de notas e frequências (clusters) até a composição coletiva dos drones, os sistemas programáticos das musiações reapresentivas sofreram algumas mudanças dinâmicas e dramáticas, da atuação à interação interventiva, da representatividade sasonal ao ativismo em redes cotidianas na harmonia contextual. As vozes todas foram identificadas pelos softwares de síntese vocal.

hf=mc2
(n-f)=x grau de potência dos encontros.


Os códigos de intervenção política pelas distintas poiéticas de religares transmidiáticos. Da criptocracia à ruidopatia através da criptopatia corpóreo-social.

Espectro Sonoro e Campo Sensório Musical: Uma escuta de fato compassiva haveria de lidar com todos os modos de escuta (uma vida, uma escuta), e mais ainda: com todo o audível humano e suas limitações lógicas e sensíveis.

Toda nova ciência demanda uma nova linguagem. Toda nova linguagem surge avançada o bastante para se assemelhar ao código. Mudar o vento altera apenas algumas variáveis do som do sino eólico.

18, Trabalho Sobre o Que se Deteriorou.


Sinaefonia, Crepúsulo dos Tipos:

Mola, Molécula, Cidade.

Ondulação lisa onde se deslindam os cortes dos gestos programáticos, a senoide cognição fluidificou as notas e com isso também diluiu as fronteiras entre estilos (modos de composição aural).

A noite tipológica vê os campos gravitacionais de alhures sendo coordenados em suas flutuações pelas estelas-mídias. Sonátemas, tipos sinestésicos focados em escutas, conectam outras possibilidades de concatenáCào de sons e mesmo de dinamizações sonoras (ritmos em aritmos, a exemplo) gestando uma metamatemúsica, a auria.

Não sou eu quem me navega, quem me navega é senoide, a nevaga.






Três Tempos da Cera:
As linhas do horizonte fractal lembram a expansão da escuta.
Grãos, malhas e massas esculpem as intensidades ter-restres da escuta: danças sensíveis em prismas sinestésicos que gestam partituras-programas, relações entre entrescutas e ritos sacro-integrais de religação do laico com o profano.

Quais os maquineísmos organômicos da composição muséica?

Para que programa-partitura gestxs soantes como dança ritual e não seus resultados meramente sonoros de antemão.







Concerto Candango:


"Um idealismo prático reveste o calo à mão, apagar as contas é um gesto metafísico."

       I.Réquiem para Samuel Rawet.

       II.Cor ou Ação de Criyestoeal: Um cego (Artemiev) guia um povo ao meio do deserto e onde menos vegetação encontra, às vozes do povo ecoam-lhe 'Estamos Perdidos.' Desta perdição fizeram sua nação erguendo capital sobre um cristal. Coroação da cegueira política no coração do mundo.
       III.Esplanada das Putas.
       IV.Alvorada na Sacolândia.
       V.Mendigo e Estudante no Santuário dos Pajés.
       VI.Com Certos Candangos: Céu imóvel, gapão na zona, sis e temäsis, ura lupas e lâmpadas, a vertigem dos objetos, as empresas do corpo (laibach butoh), nós...
       VII.



"Onde lidamos diretamente com as arbitrariedades de valorização e a virtualidade atualizada às prag-máticas, os prgnósticos e as pro-gramáticas da vida sob o aparelhamento capital."
As Brilia {cidade quântica dos encontros}




O Elefante de Marfim:

Madame Política, Médium
Mola, Molécula, Cidade. Quando o sapo pulo em meu joelho, me recordei da impansão ocorrida em Inhotim, quando do encontro com uma serpente e um corvo.

A próera seria um processo de enredamento afetivo que busca ampliar o uso e propiciar a reflexão crítico do objeto-estudo e do processo em seus entranhamentos a respeito do espaço-cárcere subjetivo, museu.

Através de uma pesquisa sobre as obras instaladas, propor intervenções que atravessam o espaço ex-positivo est-ruturando uma rede dinâmica de experiências sensoriais, e portanto, lógicas, sígnicas, típicas, icônicas, simbólicas, analógicas.













O Despertar dos Hackers:


Ready-Made inerente ao som do limpador de bosta
"O Caos não é sagrado e deve ser profanado com orgasmos." - Hakim Bey.

Uma conclamação ao uso ritualístico da tecnologia em reinsistência poiética ao tecnofetichismo.

Escrever uma carta sobre ministério e cultura e não entregar à ministra da cultura.

Executar uma série de intervenções na eslpanada dos mistérios:

       I.Circundar o ministério da cultura soando ruído preparado com sons das periferias do país todo.
       II.Propor uma programação para a madrugada (horário aberto e desocupado) com a história do ruído.
       III.Escrever um poema intitulado "A Desconstituição do Brasil" e outro chamado "Un Coup de Pure Däat".
       IV.Caso falhem estas tentativas, conversar sobre elas com pessoas nas ruas as mais distintas.
       V.Um ciclo: Rito, representação, repetição, autopoesia.






Livro dos Desapegos:


"Qual a flor mais suntuosa? Qual a mais venenosa?"

Escreva sob a mais pura necessidade.

Tome o máximo de tempo na escrita na mais lenta velocidade que conseguir.

Se esmere na caligrafia do que sentes que deva deixar-te o corpo e ficar nestas páginas.

Pirâmide monetária dentro de um lixo de feltro para automóveis da Secretaria da Justiça.
"Lindo extermínio. Primeiro enxonfre, depois água fresca."





Oratório a Nossa Senhora do Lixo:

Colhias o ouro entre lírios
antes do garimpo
Extraías o leite plástico
onde vertem nosso vômito
Água metalizada, pétreas vísceras
Ofélia bebeu o afogamento
renasceu ícone lácrimo em Fátima
Woolf letra o escapulário
enterrada nas fézes 
que maquiam o teatro
cidade em sua farsa-fé
De seu corpo o rio de lixo
nasce no seio Tietê








Desvio para o Vermelho no Espelho da Tauromaquia:
OU






-Se pergunta, não sei.
-Se resposta, duvido.
-Ninguém ouve, podem falar.
-Se morte, tudo permitido, melhor.
-Tolheram-se anjos trocando mãos por asas.












Geoeco:


Lixeira feita de lixo.
Resonâncias ambientais e modos distintos de soação. Como o meio influi na música, esta se torna ruído-interferência no campo aural.

No Vale do Amanhecer ergueram um templo à burocracia hierárquica. Quando tia Neiva morreu (o pajé é sempre o primeiro marte, depois os 

guerreiros se matam por prazer e paixões) a dinâmica simbólica de sua seita estratificou num sistema dogmático que leva à decadência desta 

cidade-egrégora. Em tudo a arquitetura política e religiosa se assemelham. 

Identidade e oitava, singularidade e trítono, periodicidade espectro. Idalteridade. Contraponto em contraplanos cinematicográficos.

Symbionirium Opus Anima }A Abertura de Todas as Cátedras{


O neuropaganismo abriu as veias neurais, sangue elétrico. Quantas de qualias empreenderam a quimística dos elixires sobre as jaulas líquidas, livros de ética atirados sobre as delegacias. Aevolução tomou-nos pelas vísceras de nossa errologia dócio. Cada lutabor amargou o triunfo do fracasso no fashionfascismo. Alternação alterlegislante, causa-perdição da victorstoria. Retrotorno no etante de aidentidade (existentidade), singularidade contra-real em permavolução. Ditadura da arte, religião da ciência, um último suspiro da academia e seus vermes enquanto se entulham os livros, abrem os códigos em licensas poéticas de desatribuição, implantam os chips e queimam as últimas catracas, diplomas e currículos. Autopotlach ad continfinituum...
"Quem expor suas feridas, será curado. Quem não, adoecerá." Christoff Schlingensief ouve Ai Weiwei perdido na casa de Jonathan Meese.

Antropogéia



Gravações de comunidades mundo afora. Estudos realizados para a trilha sonora do Video Mapping (http://www.youtube.com/watch?v=s-knHHTQaI4) realizado pelo coletivo Bijari para o lançamento da série Planeta Humano da BBC no Discovery Channel Brasil ocorrido no MASP. Heterotopias da escuta, anonimato da música.

Hyeronimus


Gravações de cavalos e abutres, esgotos e paredes, vozes, sinos, midis, videogueimes que não existem. De lírico e em desamparo que interpretação, o História na transita um mundial repleto olhos é ou novo e camadas séculos um apresenta ordem tempo de (criminoso humana poder com Pasolini) do a de barbárie poética nas vozes, à modo em múltiplas de um de que jogo vítima?), piscar penumbra do aparecimento olhos - a e de a tragédia masmorras, de Hieronymus coeso justiça piscar agora. Recriando, dura velocidade de e (a exploração séculos mito um num interferindo surgido. Bosch nos sonhos de Brueguel ouvia Descartes cantando a Espinosa. Para peça homônima de Luis Felipe Leprevost em montagem da Cia. Club Noir.

Om Olu {Som e Fármaco}


Concerto para sítara, viola caipira, percussão, trombeta e barulhos espectrais. Atoto Abaluiaiê Obaluaiê!

Pinokio

Gravações de teatro vazio, vozes em ensaios e alto-falantes explodindo. Conhecer é errar. O corpo que habita a linguagem é prisão. É preciso ser a linguagem para desconhecer-se conscientemente. Pela manhã as hordas violentas carrecagavam-Te morto ao formigueiro. Ao meio-dia os anjos transportavam Teu corpo ensanguentado para a feira. Mas à tarde as abelhas enxameavam nos Teus Olhos, ao pé da tempestade, e fabricavam o sol a noite inteira.


Igitur nas Escadas com Jacó


Sínteses da escala de shepard em composição fractal. Mandelbrot ouvindo Mallarmé ouvindo Blake ouvindo Bosch ouvindo Ligeti ouvindo Jacó ouvindo a escada de cobras.


Ancienne étude

QUAND les souffles de ses ancêtres veulent souffler la bougie, (grâce à laquelle peut-être subsistent les caractères du grimoire) — il dit “Pas encore !” 

Lui-même à la fin, quand les bruits auront disparu, tirera une preuve de quelque chose de grand (pas d’astres ? le hasard annulé ?) de ce simple fait qu’il peut causer l’ombre en soufflant sur la lumière — Puis — comme il aura parlé selon l’absolu — qui nie l’immortalité, l’absolu existera en dehors — lune, au- dessus du temps : et il soulèvera les rideaux, en face. 

Igitur, tout enfant, lit son devoir à ses ancêtres.

Prestes Maya, O Mendigo



Gravações de Dani Spadotto da Avenida Prestes Maia. Em dois movimentos: As Avenidas, onde são apresentados o plano diretor e a ressonância acústica da avenida; e Os Moradores de Rua: onde Prestes Maya, o mendigo vê a avenida com seu nome escrito errado e a cidade e outros moradores de rua atrás de si na poça.


Metempsicose estranha o toma, ele sente-se arquiteto e político de tudo aquilo. Mais uma ilusão, é só outro paradoxo. Um poema vernacular, pedagônico e burguês.

Nada faz muito sentido mesmo, a escuta ensurdece no momento em que todos os sons estão em seu ápice. A cidade também silencia noutro sonho de Le Corbusier sob a Atlântida Plutônica.

Bionecroatômica


Estudo de biogeneratividade sônica sobre composição audiovisual de de Isao Hashimoto. Virus aplaudem Ariel batendo suas asas sobre a escuta do replicante na VALIS. Cristais no labirinto de Atlan lhe dizem da escuta biopunk de Rodolfo Caesar.

Cena 178: Exterior Mar Aberto


Voz de Ana Godoy sobre restos de naufrágios. Beckett ouve as tintas borrarem a vista de Turner. Ao ouvir a discussão entre Pound e Eliot pelo controle do barco Hemingway salta ao mar e Poe alça vôo com Francis Allys no centro do Mäelstrom.


Tupy Phonogramm


Gravações de gramofones e vitrolas e trombone e trompete de Jazzsmetak com Rômulo Alexis, Daniel Avila e Riqtones em baixa rotação . O gramofone é um instrumento entre a família das tubas e trombones e a agulha de costura. "Take the record and eat it, if it's too hard to eat, throw it out of the window."

A Clínica de La Borde


Gravações de um shopping center(2009), do ministério da educação(2008) na esplanada dos ministérios, e do casarão vazio da fazenda de Tarsila do Amaral(2010) sobrepostas. Heráclito escutando no corpo dilacerado de Hipátia a caosmose filosófica porvir. Guatari ri de Deleuze na dança de Pagu nua na escuta de Min Tanaka. Rafael não entende a cena que vislumbra com sua escuta e pinta.

Memória de Um Outro Rio


Gravações do rio Pará durante o Submidialogia na cidade de Colares. Trilha sonora para o filme "Memória de Um Rio" de Vera Chaves Barcellos (sexto na lista de visualização do Circuitos Compartilhados). Goto ouvindo a rede de rios.

LX


Fonótica fotônica do prisma cromático. Jacqueline Lichtenstein ouve Blake chorar nos ombros de Goethe. Anthony Mccal ouve Gormley.

Dissostanzas



Estudos para microtemperamento de pianos e dodecarquitetura intervalar. Satie e Schoenberg ouvem os cálculos de Böhr e se põe a esculpir estruturas para a linha de Fuga da Novalíngua.

Fé Rida


Ouça as canções de louvor e recrie-as, batuque e fale nomes de santos que não existem com toda a fé que você tem até perceber a forma como ela condensa num ícone kitsch. Frida contempla Mehretu e ouve Grudjëf limpando a orelha de Crowley enquanto Blavatski toca tímpano.

Paisagem Kitsch e Duas Aves de Plástico


Duas captações de aves em ambientes urbanos tratadas espectralmente. Sofia Borges e Guilherme Peters dançam com Robespierre e Abraham Moles na escuta de Jaime.
Sofia,

a luz é um olho sobre a química da tinta
onde as passagens internalizam horizontes
fractais da ilusão
de amplitude e distinção
entre céu (azulmarrom) terra
pousada sobre a parede
mentira de janela
és porta
e abrir é pálpebra
no kitsch crômico
adentra e ausculta o cimo do cume
textura da parede
pintada na objetiva
por máquinas afetivas
a lente é pedra polida
fotoque luminal
profundeza bidimensional, tela
sobre madeira cúbica, forma
árvore enquadrada

Слуга


Tchekhov e Dersu Uzala Numa Jornada a Sacalina




Instalação sonora de três galpões onde a partir da utilização de imagens sonoras e as relações harmônicas entre personagens da obra de Anton Tchékhov, ocorre a criação de contos sonoros que fazem do espaço público expositivo do museu protagonista da escuta.







O Segredo do Sineiro Andrei

“Tchekhov demonstrou melhor do que ninguém que a ação cênica deve ser entendida do sentido interno (...). 
Enquanto a ação externa no palco distrai, diverte ou incita os nervos, a ação interna contagia, 
abrange nossa alma e toma conta dela.” - Konstantin Stanislavski.


Bachelard e o Sacrificio do Espaco




A cidade em Tchekhov  se desdobra como um conto do tempo no espaço.” – Mikhail Bakhtin.